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Acumuladores de ''nível leve'' e ''nível moderado''

Foto do escritor: Roberta AdvogadaRoberta Advogada

Eu só acho por aí na Internet textos sobre acumuladores de nível severo e severíssimo, e ainda inconscientes de seus próprios problemas, de sua gravidade e recusando ajuda.

É a tal ''Síndrome de Diógenes''.

Assim, decidi eu mesma escrever este texto e tentar ajudar outras pessoas, com a autoridade de quem já leu muito sobre, e também sofre com o problema na própria pele.

Quem passa por esse problema, é tachado dentro da própria família e entre os amigos que frequentam sua casa e conhecem seu modus operandi de "lixeiro'', ''catador de lixo'', entre outros ''apelidos carinhosos''.

Mas é uma compulsão como outra qualquer, como fumar ou comer muito, por exemplo. Que são assuntos que prometo tratar também em posts futuros.

Eu acredito que a raiz do problema seja o medo, o pavor da escassez.

Geralmente são também pessoas indecisas e que têm diversos focos de interesse, desde bijuterias, pedras, conchas, LP's, fitas K-7 e VHS, CD's, DVD's, lenços, bolsas, chapéus, sapatos... que é exatamente o meu caso.

Acredito também que sejam pessoas que tiveram um passado de muitas privações, filhos de pais controladores, abusivos, tóxicos... pessoas proibidas de guardar as coisas na infância... não necessariamente tudo isso junto, Ok? Pode ser um ou mais traços. Que foi e é também o meu caso.

A gente sente uma carência que sei lá... Aqueles objetos parecem te dar segurança e preencher vazios, por mais inúteis que sejam ou pareçam ser para a maioria das pessoas.

Sim, somos carentes e inseguros, também.

Nós, os acumuladores de nível leve a moderado.

Só nós entendemos o quanto às vezes é difícil jogar fora aquele copo bonitinho do Bob's ou do Starbucks... rs

Aquele balde de pipoca do cinema...

A vontade incontrolável que sentimos de comprar o Panettone do Roberto Carlos só por causa da lata (caríssimo, diga-se de passagem_ rs).

É duro também ter uma pilha de discos velhos em casa, sem conseguir me desfazer e sem nem ter mais a vitrola... mas eu ainda vou comprar uma nova. Vou comprar rs.

Complicado também ir à praia ou cachoeira e ficar catando conchinhas e pedras para guardar...

Tenso ter que ficar tirando fotos de tudo e todos o tempo todo (em momentos especiais, obviamente) com medo de se arrepender depois...

Temos mania de guardar, acumular e registrar.

O TEMPO TODO.

Guardamos os ingressos daquele show, do teatro...

Aliás, de TODOS os shows e peças de teatro. Guardamos também as contas pagas mesmo após o período de 5 anos. Guardamos cartões cancelados. Guardamos pastas e mais pastas cheias de cópias e cópias e cópias...

Temos até hoje briquedos da nossa infância e aquela pilha de Tazos.

Chupetas, mamadeiras, e muitos trabalhinhos escolares dos filhos...

Se desfazer da maioria das coisas que possam ter algum significado ou causar arrependimento depois é simplesmente uma TORMENTA.

...CONTINUA...





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